O Conhecimento é sempre o melhor investimento
Muitos, como eu defenderam por um bom tempo que existia espaço para uma queda maior na taxa básica de juros – a famosa Selic – Depois de longos 8 anos de mandato do Presidente Henrique Meirelles em frente ao Banco Central, a chegada de Alexandre Tombini ao cargo dava ao mercado a impressão que um tom mais desenvolvimentista chegaria.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) reduziu a taxa Selic em 0,5 pontos percentuais, para 7,5% ao ano. Com essa redução muitas dúvidas começam a surgir, a principal é se o ciclo de queda se encerrou. Outra não menos importante diz respeito à inflação. Será que ela pode voltar e obrigar o governo a aumentar os juros no curto prazo?
Diante desse novo cenário ao analisar os desdobramentos reais da mudança na economia brasileira, especialmente no mercado financeiro, um fato representado em um matéria do portal InfoMoney de 2009 me chamou a atenção. “Selic menor, valuation maior: queda no juro melhora avaliação das empresas”, matéria assinada pela jornalista Giulia Santos Camillo, trata justamente da questão entre juro baixo e atratividade das empresas de capital aberto.
A ideia defendida – e já rechaçada por alguns especialistas – parte do pressuposto de que o juro real estará cada vez menor. Juros mais baixos favorecem a economia, diminuem o custo do capital e facilitam novos investimentos, além de diminuir o endividamento.
Parece confuso, mas não é.
Observando esse cenário (de juros baixos) fica cada vez mais evidente aceitar, com a companhia de novos cálculos em índices fundamentalistas e estratégias como o investimento em valor (valuation), que investir no mercado de ações poderá ser uma opção muito mais interessante do que a renda fixa.
Nos países desenvolvidos o investidor precisa do mercado acionário para elevar seus ganhos, já que os títulos e produtos conservadores pagam “pouco”. É claro que o ideal para o investidor é diversificar os investimentos, regrinha básica que merece destaque. Mesmo com a Selic caindo, nossa rentabilidade risk free ainda é muito mais alta que a de inúmeros países.
Investindo de forma consciente
Se a ideia é formar um capital duradouro com atitudes inteligentes, reserve um bom percentual de seu potencial de investimento para a renda fixa. Ainda que a tentação por rentabilidades maiores o leve a pensar apenas nas ações, vale lembrar que nem todos possuem nervos de aço para acompanhar o sobe e desce da bolsa. Mais, nem todos tem disposição, conhecimento e podem deixar todo o capital aplicado por um prazo mais longo.
Em outros artigos publicados aqui e na internet, em sites e blogs especializados, é comum notar a opinião clássica de que investimentos em ações devem mirar o longo prazo. Isso não quer dizer que não se ganha dinheiro com ações em rápidas negociações. Trata-se simplesmente da opinião consensual para aquele investidor que entra sem muita (in)formação. Trata-se de cautela.
Entretanto, investimento de longo prazo não é sinônimo de “comprar (as ações) e esquecê-las”, muito pelo contrário, quem opta por investir em bolsa deve redobrar a atenção aos investimentos e, mesmo optando por contratar um gestor para administrar seu portfólio, o acompanhamento é um dos passos indispensáveis para o sucesso.
Análise e conhecimento: primeiros passos para uma estratégia de investimentos
É importante estar atento às analises dos aspectos fundamentalistas e econômicos das empresas e entender também como análise grafista pode ajudá-lo na tomada de decisões. O pequeno investidor que manipular bem essas técnicas estará sempre muito bem posicionado em momentos de decisão.
Até mesmo certos mantras do mercado ficarão muito mais nítidos para quem estiver disposto a mergulhar de cabeça nesse mercado. Se passar a entender melhor esses conceitos ficará mais fácil, avaliar a repercussão e o incentivo dos canais de comunicação para o investimento apenas quando a bolsa de valores passa por grandes períodos de alta não o assustará.
Seja sincero com o seu dinheiro. Investir significa trabalhar por uma rentabilidade, e valorizar o dinheiro conseguido através da estratégia escolhida. Investir é coisa séria: nada de jogar dinheiro fora, ou não faria sentido decidir investir, certo? Logo, o mínimo que se espera é conhecer o mercado e seus movimentos.
Abra sua cabeça, aprenda com quem é referência e estude mais!
Hoje existem no mercado grandes exemplos que passaram sua vida ganhando (muito) dinheiro com ações e se tornaram grandes mitos. Que tal conhecer um pouco mais sobre esses verdadeiros “heróis” do mercado? Não se trata de ser como eles, mas de observar principalmente como fundamentam suas decisões.
Aproveite o tempo livre do final de semana para pesquisar a respeito. Eis aqui alguns nomes e livros que podem servir de inspiração e motivação para você iniciar seus investimentos de forma diferenciada, com conhecimento, estratégia e sucesso:
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Warren Buffett, segundo homem mais rico do mundo e considerado o maior investidor do planeta, devidamente “estudado” em sua biografia autorizada “A Bola de Neve : Warren Buffett e o Negócio da Vida”. Confira também “O Tao de Warren Buffett”, um resumo das principais dicas de Buffett quando o assunto é investir;
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George Soros, outro megainvestidor e grande conhecedor da dinâmica dos mercados. Experimente os livros “Soros: A Vida de um Bilionário Messiânico”, “O Novo Modelo dos Mercados Financeiros” e “Investimentos: os Segredos de George Soros e Warren Buffett”;
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Benjamin Graham, considerado o mestre de Warren Buffett e autor do livro “O Investidor Inteligente”, um clássico do investimento em valor;
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Alexander Elder, especialista em análise gráfica e autor dos livros “Aprenda a operar no mercado de ações” e “Como se Transformar em um Operador e Investidor de Sucesso”.
Porque o melhor investimento é sempre aquele relacionado ao conhecimento. Desejo a você uma ótima.
Até a próxima.